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quarta-feira, 22 de junho de 2011

TROVAS DA MÃE DE DEUS

Pedi à Virgem Maria
Que me apontasse o caminho
E Ela, sorrindo, dizia”
Caminho se faz, sozinho.

Gratia plena, Ave Maria,
Dominus tecum e comigo.
Desde a noite escura e fria,
Mãe Maria, estou contigo.

Neste teu sagrado manto
Me guardo de todo mal.
A vida é um só espanto
Sem tua paz filial.

És tu, Mãe Aparecida,
Mater dolorosamente,
Em cujos pés jaz silente
Minha fé sem pousada.

Rosa mística adorada,
Rainha da luz nascida,
Ilumina meu caminho,
Acolhe-me em teu ninho.

O pão, o vinho alimentam
Minha pobre alma vazia.
Só tu, mãe gentil, Maria,
Sabes o que representam.

Só teu amor, no entanto,
Faz deste pão ( este vinho)
Alimento sacrossanto
Que se guarda no caminho.

Do corpo alimentos são.
Muito mais d’alma serão,
Pois foi teu morto filho
Quem nos legou cruz e trilho.

Atravessei tordesilhas
Para te encontrar, Maria.
(Quantas marias havia
Em tantas perdidas ilhas?)

Por negro destino torto,
Andei sem rumo preciso,

Ate que encontrei aviso.
Rainha, és seguro porto.

Quisera matar a sede
Que seca minha canção...
Sou peixe que cai na rede
Da tua meiga oração.

E quando chegar a hora
De meu destino cumprir,
Rogo a ti, ó Senhora,
Que me venhas assistir.

Resguarda-me com teu véu,
Estrelado feito um céu,
Entremeado de Amor,
Humilde, como uma flor.

E que me recebas rindo
Das coisas tolas que fiz.
Que neste caminho findo,
Haja um desfecho feliz.

Também me igualo a teu Filho,
Não no destino ou grandeza,
Mas na Mãe que compartilho
Na mais profunda beleza.

Ora pro nobis, Maria,
Pro nobis, por todos nós.
Podemos ouvir tua voz
No vento que diz-maria...

Assim a vida se finda
Na poeira do caminho.
Outra vida nasce linda,
Da dura flor, do espinho.

Milhões de vezes bendigo
O nome do Pai, do Filho.
E do Espírito andarilho,
A voz escuto e repito:


            Mãe, Virgem
Imaculada Aparecida
Guarda-me.
Protege-me também
Nunc et in hora mortis
                       Amém

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